quinta-feira, 10 de maio de 2012

Inspirações de "Coisas que ela diz"



Existem duas musicas que são minha inspiração principal para tudo que escrevo aqui.
A primeira é dos Beatles, a "Hello ,Goodbye" . Meus textos "sentimentaizinhos" saem ao som dessa.
Mas como eu não sou bacana (e essa musica é bem simples de entender, concorda?) não vou colocar tradução. Vire-se! Internet existe pra isso... rsrsrs
"You say yes, I say no.You say stop but I say go, go, go.
Oh no! You say goodbye and I say hello…Hello, hello…I don't know why you say goodbye,I say hello, hello hello...I don't know why you say goodbye, I say hello.
I say high, you say low.You say why and I say I don't know.Oh no!You say goodbye and I say hello…Hello, hello.  I don't know why you say goodbye I say hello…Hello, hello.I don't know why you say goodbye I say hello. (but I may mean no, I can stay till it's time to go).Hela, hey, aloha " . 
Explicação:
Mesmo que "Hello Goodbye" não fosse nada além de um jogo de palavras transformado em música, no clima místico de 1967, esperava-se de Paul uma interpretação mais profunda. Em uma entrevista para a "Disc", ele tentou, gentilmente, oferecer uma explicação: "A resposta para tudo é simples. É uma canção sobre tudo e nada... se você tem preto, também tem que ser branco. Essa é a coisa impressionante da vida". A última parte da gravação, em que os Beatles repetem "hela, hey, aloha", surgiu espontaneamente (aloha é uma forma de cumprimento afetuoso no Havaí). O refrão "aloha" do final foi usado no filme "Magical Mistery Tour".
 (fonte: http://beatlesgabrielsalotti.blogspot.com.br)



"Piercing" do Zeca Baleiro, vai pra todos os outros textos. Essa está em português , porem , essa eu vou incluir interpretação rsrs e entre parenteses, eu faço as modificações de como ela é para minha senhoria. Se você ja conhece a musica, lá em baixo tem a explicação, está escrito bem grande.
"Quando o homem inventou a roda, logo Deus inventou o freio.um dia, um feio inventou a moda,e toda roda amou o feio"( e mais tarde, as mulheres amaram a roda também)
Tire o seu piercing do caminho, que eu quero passar, quero passar com a minha dor.
Pra elevar minhas idéias não preciso de incenso( não preciso de fumaça).
Eu existo porque penso.Tenso por isso existo.
São sete as chagas de cristo, são muitos os meus pecados.Satanás condecorado,na tv tem um programa.
Nunca mais a velha chama,nunca mais o céu do lado.Disneylândia eldorado,Vamos nós dançar na lama.
Bye bye adeus Gene Kelly.
Como santo me revele, como sinto como passo. Carne viva atrás da pele,aqui vive-se à míngua.
Não tenho papas na língua, não trago padres na alma. Minha pátria é minha íngua.
Me conheço como a palma da platéia calorosa.
Eu vi o calo na rosa, eu vi a ferida aberta. Eu tenho a palavra certa pra doutor não reclamar.
Mas a minha mente boquiaberta precisa mesmo deserta, aprender aprender a soletrar.
Não me diga que me ama , não me queira não me afague.Sentimento pegue e pague,emoção compre em tablete.Mastigue como chiclete e jogue fora na sarjeta.
Compre um lote do futuro, cheque para trinta dias. Nosso plano de seguro cobre a sua carência.
Eu perdi o paraíso mas ganhei inteligência.Demência, felicidade,propriedade privada.
Não se prive não se prove, “Dont't tell me peace and love” , Tome logo um engov pra curar sua ressaca.
Da modernidade essa armadilha, matilha de cães raivosos e assustados.
O presente não devolve o troco do passado; Sofrimento não é amargura; Tristeza não é pecado;Lugar de ser feliz não é supermercado.
O inferno é escuro , não tem água encanada, não tem porta não tem muro ,não tem porteiro na entrada. E o céu será divino confortável condomínio, com anjos cantando hosanas nas alturas nas alturas. Onde tudo é nobre e tudo tem nome. Onde os cães só latem pra enxotar a fome.
Todo mundo quer , quer, quer subir na vida.Se subir ladeira espere a descida.
Se na hora "h"o elevador parar no vigésimo quinto andar,der aquele enguiço, sempre vai haver uma escada de serviço.
Todo mundo sabe tudo todo mundo fala mas a língua do mudo ninguém quer estudá-la.
Quem não quer suar camisa não carrega mala.
Revólver que ninguém usa não dispara bala.
Casa grande faz fuxico quem leva fama é a senzala.
Pra chegar na minha cama tem que passar pela sala. Quem não sabe dá bandeira quem sabe que sabia cala. Liga aí porta-bandeira não é mestre-sala.
E não se fala mais nisso. Mas nisso não se fala.
Agora Let's go para a explicação :
“ É, segundo Baleiro, um desabafo: (...) Há uma banalização da idéia da modernidade (...) Nada contra o piercing em si, mas o que ele representa: a decadência filosófica. O princípio do piercing é o do sacrifício, do autoflagelo como meio de elevação espiritual. Hoje é meramente cosmético, metáfora do empobrecimento intelectual. No refrão Zeca canta: (...) tire o seu piercing do caminho que eu quero passar, que eu quero passar, com a minha dor. “
(fonte: http://www.historiaehistoria.com.br )
“Considerado um dos mais belos versos da música popular brasileira, o início do samba A flor e o espinho identificou por sempre a Nelson Cavaquinho.
Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca a flor...
Mais de quarenta anos depois, o Zeca Baleiro, que tem essas sacadas geniais, na música Piercing, citou o samba de Nelson e Guilherme (e Alcides Caminha), trocando a palavra sorriso pela palavra que da nome à música. Ou seja, a angústia do autor pela imagem da mulher que o abandonou, e ainda exibe esse sorriso, foi substituída pela angústia finissecular que utiliza o piercing em troca do sorriso, como imagem da mesma perda amorosa e como símbolo de beleza arrasadora.
O Zeca, com seu olhar social sempre afiado, num rap que gravou com o grupo Faces do Subúrbio, conseguiu ao mesmo tempo fazer uma homenagem e dar novo significado a esses versos. “
(fonte: http://nemvem-quenaotem.blogspot.com.br)
Agora eu vou falar também... E acredite, deu um pouco de trabalho juntar todas essas referencias, gastei muita retina, internet e luz elétrica.
Zeca Baleiro uniu, nessa musica, rap os elementos do cordel. Partindo de releituras, ele investe o que sabe em reinvenções.
A estratégia de Zeca é simples: substitui uma palavra do verso por uma outra com a qual tenha relação tanto do ponto de vista fonético, quanto semântico: sorriso por piercing, como visto no exemplo do verso da musica de Nelson Cavaquinho,  estabelecendo esse casamento  por similaridade: pircin/riso. 
Em outro verso diz “eu existo porque penso”,uma referência à máxima de Descartes: Penso, logo existo. A inversão de Zeca cria no espírito do leitor/ouvinte a associação imediata a máxima do filosofo, fundindo o passado no presente.


Trocar língua por íngua mostra o que realmente significa a pátria, o Brasil: uma dor verdadeira, uma chaga em carne viva. Não se trata de um conceito aristocrático-burguês (também sei palavras dificeis) “Minha pátria é minha língua” , conforme quer Caetano Veloso. (É, nem ele escapou). Não, muito pelo contrário, é a íngua o que dói e incomoda, o viver à míngua da maioria dos (des)contentes ingênuos, ignorantes, mas não felizes, senão globalizados e à margem do potencial de riquezas do país, privilégio de uma minoria monárquica (oh, como estou comunista! Rsrs)
Preste atenção também n uma referência que ele faz à passagem bíblica  “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra” :
[...] não trago pedras na alma [...]
Trata-se de alguém que tem a coragem de escancarar a própria vida e se desnudar. Ninguém, a não ser o hipócrita e fariseu, tem pedras na alma para atirar em Madalena, este maravilhoso mito da queda para o alto, a que, pelo menos por duas vezes, Zeca retorna, para retomar um dos ganchos de sua filosofia de vida.

Piercing (eu entendo) é uma fortuna, um rico manancial de desabafos, desafios, improvisos e achados para os perdidos, que só por isso estão salvos, conforme diria também Florbela Espanca “eu me perdi, para me encontrar” :

[...]

eu perdi o paraíso /mas ganhei inteligência

Já no trecho :

[...]

casa grande faz fuxico quem leva fama é a senzala

[...]

Seria algo do tipo: Papagaio come milho, periquito leva a fama.
Claro que se for destrincha-la por completo, muitos alunos preguiçosos e oportunistas ( eu seria um deles rsrs) simplesmente usariam Ctrl +C e Ctrl+ V . Mas já deu para ter uma ideia do porque  ela é muito importante nos meus textos.
  Aceito continuar o debate!





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